Oração de cura entre gerações não é espiritismo
Quando
falamos da influencia dos antepassados na vida de uma pessoa, facilmente
corre-se o risco de imaginar algo ligado à doutrina espírita, que acredita na
possibilidade da reencarnação. Uma pesquisa feita nos Estados Unidos da America
chegou à seguinte conclusão: 20%dos não-crentes acreditam em algo ligado ao
espiritismo. Pior, constatou-se que, esta crença está também dentro das igrejas
cristãs: 34%dos católicos e 29% dos evangélicos afirmaram crer na reencarnação.
Por meio da história e da Bíblia aprendemos que desde a antiguidade os
homens tentam estabelecer contato com os mortos. Chama-se a isso necromancia,
isto é, adivinhação pela invocação dos espíritos dos mortos.
Como cristãos conhecemos a proibição clara da Bíblia a este respeito:
“Não se ache no meio de ti quem faça passar pelo fogo seu filho ou sua
filha, nem quem se dê à adivinhação, astrologia, aos agouros, ao fetichismo, a
magia, ao espiritismo, à adivinhação ou a evocação dos mortos, porque o Senhor,
Teu Deus, abomina aqueles que se dá a essas práticas... (Dt18, 10-12).
“Se alguém se dirigir aos espíritas ou aos adivinhos para fornicar com
eles, voltarei o meu rosto contra este homem, e o cortarei do meio do seu
povo”. (Lv.20,6).
As origens do espiritismo moderno
No século XlX, o cristianismo
passava por um momento muito difícil. De todos os lados cresciam os ataques à
Igreja católica. Ao mesmo tempo o fervor religioso católico e evangélico e
evangélico havia esfriado favorecendo a influencia de filosofias orientais.
Nesse ambiente, em 1854, na
França, Allan Kardec lança os fundamentos da doutrina espírita moderna,
afirmando tratar-se de um novo evangelho. De modo geral, o espiritismo
apresenta-se como uma nova revelação, até mesmo superior a Jesus Cristo.
No centro da mensagem espírita
está a crença na reencarnação. Em que consiste essa crença?Segundo os
espíritas, quando uma pessoa morre sua alma se separa momentaneamente do corpo
e, depois de algum tempo, toma outro corpo para voltar à terra. Nessa visão, os
homens passariam por muitas vidas neste mundo até um dia chegarem á total
purificação.
Em nenhuma parte da Bíblia encontramos
defesa para a reencarnação. Existe sempre a consciência da responsabilidade de
viver bem esta vida, como preparação para o encontro definitivo com Deus,
depois da morte.
Quando Jesus morria na Cruz, conta
o evangelho que um dos ladrões crucificados ao seu lado pediu: “Jesus,
lembra-te de mim, quando tiveres entrado no teu reino” ( Lc23,42). Se Jesus
aceitasse a reencarnação teria dito: Tem paciência, seus erros foram muitos,
você tem de passar por muitas vidas até sua purificação completa. Entretanto,
sua resposta foi: “Em verdade te digo, hoje estarás comigo no paraíso” (Lc
23,43).
Também são Paulo nos dá um ensino
contrario à reencarnação: “Sinto-me pressionado dos dois lados: por uma parte
desejaria depreender-me para estar com cristo - o que seria imensamente melhor;
mas, por outra parte, continuar a viver é a mais necessário, por causa de vós”
(F1 1,23-24).
A oração de cura entre gerações não é terapia de vidas passadas
A oração de cura entre gerações não pode ser confundida com nenhum
modismo, muito menos com certos tipos de tratamento usados por algumas
correntes da psicologia, inspiradas na crença de vidas passadas.
A terapia de vidas passadas tenta unir os avanços da psicologia moderna
à filosofia oriental, principalmente a hindu, que crê na possibilidade de uma
pessoa ter vivido outras vidas no passado. Para terapeutas dessa linha, a cura
de uma pessoa estaria em regressão até o passado, indo até aquela vida em que a
pessoa causou um dano a si próprio.
Na verdade, estamos diante de uma artimanha muito bem elaborada pela
filosofia da Nova Era para tornar aceitável a doutrina do karma, que ensina que
“somos o que tivermos feito no passado, e saremos o que havemos de fazer”. Uma
pessoa “pagaria” pelos erros cometidos em alguma vida passada em outra vida.
Desse modo se justificariam as pessoas nascidas com defeitos físicos, problemas
mentais, outros sofrimentos, etc...
A terapia das vidas passadas nada mais é do que a doutrina da reencarnação
com uma roupagem nova. Como já examinamos, o cristianismo jamais aceitou a
possibilidade de vidas anteriores, pois cremos que no momento do último suspiro
é dada a sentença para toda a eternidade. “Como está determinado que os homens
morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo...”(Hb9,27).
As diferenças entre a doutrina da reencarnação e a doutrina cristã são
muito fortes: a primeira crê na existência de uma alma imortal existindo antes
do corpo físico; para o cristianismo a alma também é imortal, mas não existe
antes do corpo.Para a doutrina cristã a alma continuará a existir depois da
morte, mas não voltará à vida terrena em um outro corpo, como crêem os
seguidores da reencarnação.
Um exemplo da certeza de que os mortos não voltam do estado em que se
encontram é dado por Jesus na Parábola do homem rico e Lazaro em Lc16,19-31:
Primeiro Jesus fala do destino do rico e Lazaro depois da morte: “Ora,
aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos ao seio de Abraão”
(Lc16,22).
O seio de Abraão é uma maneira de dizer que o mendigo foi para o céu. Já
o rico não teve uma morte tranqüila: “E estando ele nos tormentos do inferno,
levantou os olhos e viu ao longe, Abraão e Lazaro no seu seio”(Lc16,23).
Em seguida, mostra o rico
pedindo para voltar e alertar seus parentes da existência do céu e do inferno
(Lc,16,27-28),e a resposta foi clara: “...Eles lá têm Moises e os
profetas”Lc16,29).
Moisés e os
profetas=hoje a Palavra de Deus e a Igreja.
Portanto, tanto o espiritismo como a terapia das vidas passadas falam de
fatos causados pela própria pessoa em outras vidas, e a cura entre gerações
apóia-se na comprovação da própria ciência sobre a transmissão da carga
hereditária. A cura entre as gerações leva-nos a orar pela influencia de todo
mal causado por algum antepassado, pedindo a cura para si, outra pessoa e seus
descendentes.
freievandro.blogspot.com.br – frevandrosiva@hotmail.com
– Blog do frei Evandro silva.
Que Deus injusto esse que não dá uma outra oportunidade aos seus filhos. Se até os pais humanos dão outra oportunidade para que seus filhos acertem após cometerem algum erro, os pais terrenos seriam superiores em bondade ao Pai celeste cristão, que se recusa a dar uma nova chance após qualquer tipo de erro humano.
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